Ubuntu: a filosofia africana
“É a essência do ser humano. Ele fala do fato de que minha humanidade
está presa e está indissoluvelmente ligada à sua. Eu sou humano, porque eu
pertenço. Ele fala sobre a totalidade, sobre a compaixão. Uma pessoa com ubuntu
é acolhedora, hospitaleira, generosa, disposta a compartilhar. A qualidade do
ubuntu dá às pessoas a resiliência, permitindo-as sobreviver e emergir humanas,
apesar de todos os esforços para desumanizá-las.”
Desmond Tutu (Prêmio Nobel da Paz de 1984)
Uma sociedade
sustentada pelos pilares do respeito e da solidariedade faz parte da essência
de ubuntu, filosofia africana que trata da importância das alianças e
do relacionamento das pessoas, umas com as outras. Na tentativa
da tradução para o português, ubuntu seria “humanidade para com os
outros”. Uma pessoa com ubuntu tem consciência de que é afetada quando
seus semelhantes são diminuídos, oprimidos.
Estudiosos costumam
se referir a ubuntu como uma ética “antiga” que vem sendo usada “desde tempos
imemoriais”. Alguns pesquisadores especulam sobre o Egito Antigo como o
local de origem do ubuntu como uma ética, mas o próprio fundamento do ubuntu é
geralmente associado à África Subsaariana e às línguas bantos.
No fundo, este
fundamento tradicional africano articula um respeito básico pelos outros. Ele
pode ser interpretado tanto como uma regra de conduta ou ética social. Ele
descreve tanto o ser humano como “ser-com-os-outros” e prescreve que
“ser-com-os-outros” deve ser tudo.
Na esfera
política, o conceito é utilizado para enfatizar a necessidade da união e
do consenso nas tomadas de decisão, bem como na ética humanitária. A ideia de
ubuntu inclui respeito pela religiosidade, individualidade e particularidade
dos outros.
Comentários (1)
WilliamRicQA
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